A criança é a expressão viva do amor de Deus. Amor sem cobrança, sem barganha, sem interesse. Amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo tolera (1 Corintios 13:7)
A criança ama quem a corrige; corre para o colo do pai ou da mãe que acabou de lhe dar uma bronca porque é ali que encontra conforto e confiança.
Amor de criança não tem remorso, não tem rancor.
A única coisa que pode corromper a pureza deste amor é a perversidade do adulto.
Não é preciso amaldiçoar uma criança com palavras torpes para ensiná-la ou corrigi-la. A violência física nunca será um método eficaz na formação do caráter e da personalidade de uma criança.
O amor é o único caminho.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

RECATADO


Depois de uma primavera  muito chuvosa e atípica, o verão chegou mostrando que não veio para brincadeiras. Logo nos primeiros dias, os termômetros marcavam temperaturas próximas aos 30 graus, o que chega a ser um suplício para paulistanos, que não podem contar com o refresco da brisa do mar e já havia algum tempo não viam a temperatura passar dos 25 graus. Para que João ficasse o mais confortável possível diante de tanto calor, a tia Cota resolveu vesti-lo com uma camiseta regata, ao que o menino resistiu indignado: "Não, regata nããããooo!" Espantada com a inesperada reação, ela indagou a João por que ele não queria colocar a camiseta, que é tão fesquinha. A resposta demonstrou o mais puro recato do rapazinho: "É porque com essa camiseta aparecem as axilas!"

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

LÁ VEM O BRASIL DESCENDO A LADEIRA



Era um sábado chuvoso, como tem sido quase todos os dias de dezembro em São Paulo. João foi com papai e mamãe à festa de primeiro aniversário de um novo amiguinho. Na saída, a chuva não dava trégua e o carro havia ficado na rua de baixo. Como não se tratava de um temporal e era bastante administrável, papai pegou o João no colo, cobriu sua cabeça com o capuz da jaqueta e andou o mais rápido que pôde. Logo atrás, vinha a mamãe, que já se atrapalha para andar devagar na rua plana, imaginem rápido na ladeira... Como guarda-chuva não é um item frequente na vida da mamãe, a solução que ela encotrou para se proteger foi colocar a enorme bolsa se pano sobre a cabeça, segurando-a com uma das mãos. Quando João, do alto do colo do papai, viu a cena, logo identificou em alto e bom som: "Ai, mamãe, sua maluca, você está parecendo uma baiana!"

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SINO DE BELÉM


O Natal se aproxima e, nessa época, João fica totalmente extasiado com tudo que envolve o evento: as luzes, as árvores, a figura redonda e vermelha do Papai Noel, o clima de festa e, claro, as músicas, que ele gosta que todo mundo cante exaustivamente até que ele decore as letras. Depois de decorá-las, o domínio é tamanho, que ele já se acha no direito até de inová-las. E foi assim que surgiu a inusitada versão de "Jingle Bells", que ele cantou assim: "Bate o sino pequenino, sino de Belém, já nasceu Deus me livre..."

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A DESCOBERTA


Esta história já aconteceu há algum tempo, quando João tinha quase 2 anos e ainda usava fraldas. Mas, o acontecimento não poderia deixar de ser registrado. A mamãe havia acabado de dar banho em João e, quando o colocou na cama, foi buscar a fralda. Nesse meio tempo, como sempre, João ficou brincando com as pernas, levantando-as e fazendo gracinhas. Num desses movimentos, ele passou a mãozinha pelo bumbum e, de repente, percebeu algo que nunca havia notado: um buraquinho ali no meio, que, depois de algum tempo, ele entendeu que servia de passagem para o cocô. Desesperado, ele alertou, num grito de horror: "Mamãe, tá furado o meu bumbum, tá furado o meu bumbum!"

ADIVINHA O QUE EU DESENHEI?


João adooooora desenhar. Ele tem pilhas e pilhas de cadernos de desenho que as titias e a mamãe compram para ele, e que não demora muito para que ocupe todas as páginas com rabiscos divertidos e criativos. É claro que, obedecendo a sua paixão pelas bruxas, estas são as mais retratadas, mas também há espaço para tudo e todos que façam parte do universo das malvadas mocinhas ou velhinhas, de vassouras e verruga no nariz.
Outro dia, depois de rascunhar algo no caderinho, ele desafiou a titia: "Adivinha o que eu desenhei?" E ela, para apimentar a brincadeira, declarou: "Ah, não sei. O que foi?" Então, João deu a dica: "Começa com Branca..."

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

BLACAUTE


João já estava aconchegantemente deitado na cama da mamãe, por volta das 22h15 do dia 10 de novembro de 2009, quando, de repente, a luz e a tevê começaram a piscar até que tudo se apagou. O quarto ficou um breu, a sala ficou um breu, o prédio ficou um breu e não demorou muito para descobrirem que a rua, os bairros, a cidade e boa parte do País era um breu só. Rapidamente, a mamãe foi buscar uma vela, o que deixou o quarto bem mais diferente e interessante para o João. Enquanto a mamãe e a mana Yasmin conversavam sobre o que poderia ter acontecido, João, numa preocupação por demais precoce para um menino de 3 anos e meio, mesmo sabendo que o papai sai bem tarde do trabalho (por volta das 23hs), desta vez percebeu que poderia haver algo estranho no ar e, incomodado, questionou: "E o papai que não chega, meu Deus?"

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PETER PAN


Mamãe foi levar o João à escola, bem cedinho, como todos os dias. Naquela segunda-feira, ele estava especialmente manhoso, porque o sono nesse dia da semana parece ser maior que nos outros. Na porta da escola, depois dos "abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim", João desatou em copioso choro. Espantada com a inusitada situação, mamãe perguntou: "O que aconteceu, meu amor? Por que você está chorando assim?" Entre lágrimas e soluços, o menino desabou: "Minha perna está grande?" Aliviada , mamãe explicou sorrindo: "Meu querido, é porque você está crescendo. Isso é normal. Você vai ficar um moço bem grande e lindo". A reposta da mamãe só piorou a situação. Chorando ainda mais, João implorou, como se a mamãe pudesse intervir em seu favor: "Mas eu não quero crescer, por favor!"

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ATOR


Que o João é apaixonado pelo filme da Branca de Neve, já não é mais novidade. Mas agora deu para entender porque ele já assistiu ao mesmo DVD pelo menos umas 5.497 vezes. O objetivo era decorar as falas... da rainha má, é claro. Parece que ele não tem muita paciência para a ingenuidade idiotesta da princesa e prefere a crueldade sincera e focada da rainha. Todo paramentado com panos, chapéu e voz assustadora, João adentrou o quarto da mamãe como um redemoinho desses que carregam saci-pererê dentro. E, num ímpeto interpretativo, despejou a fala da rainha no diálogo com o caçador: "Para ter certeza de que não haverá falhas, traz o coração dela aqui" (estendendo as mãos que seguravam uma caixa). Com voz ameaçadora, finalizou: "Se falhares, tu morrerás". Detalhes da encenação: foram respeitadas as pausas que deixam a cena ainda mais amedrontadora, e também o sotaque carioca, presente na dublagem em português que o João assiste.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

DIA DA FANTASIA NA ESCOLA


Chapéu com tromba e orelhas - R$ 11,00
Placas de EVA para fazer as patas - R$ 3,00
Mergulhar na fantasia do seu filho e ajudá-lo a se transformar em um elefante, não tem preço!


(Dia da fantasia, na semana da criança, da escolinha do João. Criação e piração: papai e mamãe)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

BEIÇOLA


João chegou da escola e, como faz todos os dias, a mamãe telefonou para saber como havia sido a aula e se estava tudo bem. Quando a tia Vivi atendeu o telefone, na casa da vovó de João, dava para escutar a voz do rapazinho fazendo estrepolias pela casa. Foi então que a mamãe perguntou: "Tia, veja se o João quer falar comigo, por favor". Então ela chamou: "João, é a mamãe no telefone querendo falar com você." Ele veio todo serelepe, confiante e confiado: "Oi, beiço!"

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A MAÇÃ ENVENENADA


Apesar de ter assistido a outros DVDs que ganhou e também conhecido novas histórias, João nunca escondeu sua preferência pelo conto da Branca de Neve, mais especificamente, sua paixão pela bruxa malvada que trapaceia a inocente donzela com uma maçã envenenada. Uma das traquinagens favoritas de João é brincar de desmaiar para ser socorrido por quem estiver por perto. E ele adora a técnica de respiração boca-umbigo que a mamãe faz e que causa cócegas deliciosas. Normalmente, ele para o que estiver fazendo e, de repente, cai no chão e se finge de desmaiado, sem avisar ninguém, e fica lá esperando pelo resgate. Dia desses, enquanto mamãe estava entretida no computador, terminando um trabalho, João brincava no chão ao lado dela, até que ele viu a maçã na fruteira e não perdeu a oportunidade de unir suas duas paixões: a brincadeira de desmaio e a maçã envenenada. Mamãe, distraída, não percebeu a princípio, mas o papai chegou e avisou: "Olha só o que aconteceu aí ao seu lado." Quando ela reparou, deu de cara com a cena acima. Apesar da falta de foco, resultado da qualidade duvidosa da câmera do celular, o momento não podia deixar de ser registrado.

domingo, 27 de setembro de 2009

MAMÃE É JORNALISTA


A mamãe do João trabalha no jornal Folha Universal, que está sob a direção de jornalismo da Rede Record. Acostumado a ver o logotipo da empresa onde a mamãe trabalha, tanto na tevê como quando vai passear na redação, João já fez várias associações incríveis com o nome da empresa. Um dia desses, a mamãe lhe perguntou: "Você sabe qual é o meu trabalho?" E ele, muito seguro, respondeu: "Você é jor-na-lis-ta". Ainda querendo papo, a mamãe continuou: "E onde é que eu trabalho?" Ao que ele respondeu: "Na Record Nilce"

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

EU NÃO SOU BALÃO


Mamãe chegou cansadona do trabalho e se largou no sofá junto com o João, assistindo ao DVD do Sítio do Pica-pau Amarelo (pela milionésima vez). João deitado, com os pés sobre as pernas da mamãe que estava sentada na ponta do sofá. Então, a mamãe, que não consegue ficar quieta, começou a cutucar o menino. E ele perguntou: "O que foi, mamãe?" Ela respondeu: "Nada, só estou te enchendo." Contrariado, ele escalreceu: "Eu não sou balão!"

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DESCOBRINDO O VOVÔ


No ano de 2008, os avós de João (pais do papai), que moram na Argentina, vieram passar um mês no Brasil para visitar a família e, finalmente, conhecer pessoalmente o neto, que, até então, só viam pela telinha do computador (santa tecnologia). João, de cara, ficou encantado com a vovó Beatriz. Aquela voz doce, aquele colo tão acolhedor, aqueles cabelos loiros... ele adorava ficar no colo dela um tempão. Tanto é, que demorou mais de uma semana para notar a presença do vovô Daniel. O vovô bem que tentava ter a atenção do João, mas o menino, em princípio, só queria saber da nova vovó que havia aparecido no pedaço. Até o dia em que o vovô estava sentado na poltrona e João, vindo pela parte de trás da sala, viu aquela imensa careca, que parecia uma lua ali ao seu alcance. Não teve dúvida, foi lá e cutucou a careca. O vovô levou um susto e João caiu na risada. Pronto, estava descoberto o vovô. Essa foi a brincadeira preferida do João enquanto os avós estiveram por aqui. No dia de voltarem para a Argentina, a mamãe perguntou: "Como a vovó se chama?" Ele, imediatamente, respondeu: "Beatriz." E o vovô, perguntou a mamãe. João pensou, pensou, pensou e, não econtrando registro do nome do vovô em sua lembrança, concluiu: "Beatruzo!"

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

MENINO QUEBRADOSO


A segunda-feira amanheceu chuvosa e, como está saindo de um resfriadinho, ainda com uma tosse bem chatinha, João não foi para a escola. Quando acordou, mamãe estava no sofá, assistindo ao noticiário. Como sempre faz, ele deitou-se ao lado dela, enquanto tomava o "tetê" que ela preparou com o carinho de sempre. Os dois ficaram ali, abraçadinhos, embaixo do edredon. Até que chegou a hora da mamãe falar: "Filho, agora a mamãe vai tomar banho para depois ir trabalhar". Em protesto, ele retrucou: "Não, você não vai trabalhar, vai ficar em casa". Ela veio com aquela ladainha de sempre, de que tem que trabalhar para ter dindin para comprar guloseimas para ele, para pagar a escolinha, para passear, bla bla bla. Não convencido, ele tomou a decisão: "Eu vou lá buscar o seu trabalho, trazer ele aqui e vou quebrar ele todinho". Afinal de contas, como ele mesmo já havia se autodefinido dias antes, ele é "um menino muito quebradoso*"

* Quebradoso: (de quebrar + oso) - adjetivo - aquele que quebra sem dó. Extraído do Dicionário do João

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O TERÇO


A vovó de João é católica e, por isso, tem um terço na cabeceira da cama. João sempre ficou intrigado com aquela peça, que parecia um colar, mas, ao contrário daqueles que a vovó e a mamãe usam no pescoço, naquele da cabeceira "não pode mexer". Colhendo informações daqui e dali sobre do que se tratava aquilo, enfim, João acabou entendendo à sua maneira. Um dia, então, resolveu explicar para a tia Cota: "Quando as pessoas vão pra a igreja 'missar'* elas levam o terço e ficam rezando"

* Missar (verbo regular, infinitivo) - ato de participar de um culto católico
Exemplo de conjugação (presente do indicativo): eu misso, tu missas, ele missa... e por aí vai
Extraído do Dicionário do João

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

ELA É MINHA!


Como sempre costuma fazer, João agarrou a mamãe e começou a enchê-la de beijos e amassos. O papai, então, encarou: "Você está beijando a minha namorada?" E João não arregou: "Ela é minha mamãe. Você casou com ela, mas ela está comigo e você nem desconfia." Mamãe acha que ele anda vendo muita novela...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ARREBENTARAM A LUA


João adooooora tudo que fica no céu, desde nuvens a urubus, passando por estrelas e, claro, bruxas em suas vassouras. Mas, o que o deixa alucinado é ver a Lua cheia, redondinha e brilhante, pendurada naquele azulão. Já que mora em São Paulo, não é sempre que o menino pode contemplar a beleza de sua amiga Lua, que normalmente está escondida atrás de nuvens ou de muita fumaça, por isso, até agora ele só havia visto a Lua cheia ou na versão que ele define como "sorrindo". Outro dia, numa noite de veranico com o céu limpinho, limpinho, ele deu de cara com a fase quarto crescente do satélite. O espanto foi imediato e ele não se conteve: "Mamãe, a Lua está toda arrebentada!"

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

MAMÃE FLOR


Era hora do banho, então, como sempre faz, João foi logo escolher um brinquedo para entrar com ele debaixo do chuveiro. Desta vez, o eleito foi o regador, inseparável companheiro também nos passeios à praia e à piscina. Então, João encheu o regador e falou: "Mamãe, deixa eu te regar porque você é uma flor bem linda!"

O MELHOR AMIGO


João voltou à escola depois das férias prolongadas por causa da tal gripe suína. A tia Cota foi buscá-lo e ele, tagarela como sempre, disparou a relatar, tudojuntoaomesmotempo, as coisas que havia feito no primeiro dia de aula. Ao chegar na casa da vovó, contando suas peripécias, ela lhe perguntou com quem ele havia brincado, ao que ele respondeu: "Brinquei com meu amigo". Então, a titia, que ao menos de vista conhece toda a turma da sala do João, tentou identificar: "Qual amigo? Como ele é?" E ele esclareceu: "Ele marrom, Cota, igual você!"

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

NOVELEIRO


A belíssima Juliana Paes, protagonista da atual novela das 21hs, da Globo, "Caminho das Indias", apareceu na tevê fazendo um comercial de tintura para cabelos. Enquanto falava sobre as vantagens do produto, João, aparentemente destraído, se divertia com seus brinquedos no chão da sala, logo abaixo do móvel onde fica o televisor. Ao ouvir aquela voz que lhe parecia familiar, ele apenas levantou a cabela em direção à tela da tevê e concluiu com ar de obviedade: "Ah, é a Maya".

terça-feira, 11 de agosto de 2009

POESIA PARA JOÃO


A mamãe de João tem muito amigos talentosos. Uma dessas pessoas é Mailcar Fernandes, uma cearense arretada, gente da melhor qualidade. Ela ainda não conhece o João pessoalmente, mas, um dia, vendo esta foto do João no msn da mamãe dele, num rompante de inspiração Mailcar fez essa poesia para o menino:

O mundo às avessas,
De cor laranja,

Sem teto, com sonhos e sem franja


Sou Arlequim sorridente

Fruto de fruta madura

Laranja doce...


Nos olhos espelho

o encanto e o espanto,

e indago o que me trouxe


Sou sorriso tímido-marfim

Sou asas contidas de um colibri

Que voa entre os ares

em planos altares
de um mundo multidimensional


E se espanto, ou se me deixo num canto

é para não ser antissocial


A vida é tão bela

não sei o que me espera

Só o amanhã

Revelará...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

TÁ ME ZOANDO!


Por ser alérgico a picadas de insetos, obviamente, quando está em um ambiente "visitado" por esses irritantes animaizinhos, João é o alvo preferido deles. Em um fim de semana, visitando as tias no interior de São Paulo, João brincava na sala enquanto os maledetos pernilongos se convidavam a entrar pelas janelas, todas abertas no final da tarde por causa do calor. A mamãe do João, que não é alérgica, mas tem ódio mortal desses bichos, se irritou assim que eles começaram a passear ao redor da orelha dela, e disparou: "Que chatice esses pernilongos safados zunindo no ouvido da gente". Parecendo não ter prestado muita atenção nessa frase que mamãe repetiu mais algumas vezes, as anteninhas do pequeno estavam captando tudo, porém, com alguma confusão verbal. Quando foi a vez de os infelizes insetos passearem ao redor do ouvido dele, João logo reclamou: "Mamãe, esse safado está me zoando!"

quarta-feira, 29 de julho de 2009

CARMEM, A ÓPERA


Mamãe convidou João para um passeio diferente no domingo, dia 26 de julho de 2009. Ela o levou para assistir uma apresentação da ópera Carmem, de Georges Bizet, no teatro da Hebraica. A amiga da mamãe de João, Magda Painno, é cantora lírica e fez o papel da cigana Carmem, numa versão resumida em apenas 4 atos, com 1 hora de duração. Então, mamãe achou que seria uma boa oportunidade de levar João, que desde sempre mostrou apurado gosto musical. Ao chegar ao teatro, o rapazinho não quis sentar no colo da mamãe e, todo pomposo, acomodou-se na cadeira ao lado. Do início ao fim ele nem piscava os olhos, prestando a maior atenção. Em alguns momentos, olhava para a mamãe e sorria, num gesto que parecia dizer: "Estou gostando muito". Entre cada ato, um apresentador resumia a história, explicando qual seria a próxima encenação. Antes do último ato, o apresentador narrou o trágico fim de Carmem, que morreria apunhalada por seu ex-amante, Dom José, inconformado por ser rejeitado por ela. Enquanto os cantores/atores encenavam essa parte, a mamãe sussurrou ao ouvido de João: "Eles estão brigando porque ela não quer mais namorar com ele, então, ele vai matá-la". Irritado com a desnessária intromissão, João sussurrou de volta: "Para de falar no meu ouvido, mamãe, deixa eu ver!"

segunda-feira, 27 de julho de 2009

MAMÃE ENGORDOU


João encotrou um cinto que a mamãe dele usava nos bons e velhos tempos em que ela pesava 50kg. Ao ver o acessório abandonado, ele perguntou: "O que é isso, mamãe?". "É um cinto que eu não uso mais. Pode pegar para brincar", disse ela. "Por que você não usa mais?", indagou ele, já tomando posse do seu novo brinquedo. Ao que ela respondeu: "Ah, eu engordei um pouco e não me serve mais". Mais tarde, quando brincava em seu quarto, o papai de João entrou, viu o cinto no chão e perguntou: "O que é isso?" Sem parar o que estava fazendo, ele respondeu: "É um cinto da mamãe, mas ela não usa mais". Então, o papai, intrigado, perguntou: "Por que ela não usa mais?" E o João: "Você já viu o tamanho da bunda dela?"

quarta-feira, 22 de julho de 2009

BILINGUE E TECNOLÓGICO


A vovó de João pediu à mamãe dele para deixar na casa dela alguns DVDs que ele gosta de assistir, porque, já que ele fica na casa da vovó durante o dia, enquanto a mamãe trabalha, muitas vezes, ele pede para assistir desenhos e filmes que não estão lá. Como a vovó ainda não se acertou direito com o funcionamento do aparelho, a mamãe de João tentou ensiná-la e deixou o passo a passo escrito, para que ela pudesse colocar os DVDs para João assistir. Logo na primeira vez que ele pediu para a vovó colocar um filminho, ela pegou o controle remoto do aparelho e, já tendo esquecido o que a mamãe do João havia ensinado, e também sem entender muito bem as instruções que estavam no papel, ela comentou com o neto: "Não estou achando onde é que abre o DVD para eu colocar o filme", ao que ele, placidamente, respondeu: "É no open, vovó!" Alguns meses antes, ele já havia ensinado a vovó que para ligar o aparelho de som, era preciso pressionar o "play".

segunda-feira, 20 de julho de 2009

IVENTOR DE PALAVRAS


João começou a pronunciar as primeiras palavras muito cedo, por volta dos 9 ou 10 meses de idade, bem antes de começar a andar. Com pouco mais de 1 ano, ele já formava frases, por isso, agora, aos 3 anos e meio, ele já se sente bastante à vontade para dominar seu idioma a ponto de inventar palavras. Uma das brincadeiras que ele mais gosta de fazer com a mamãe é a de estátua. De vez em quando, ele costuma pedir à mamãe que não se mexa, até que ele volte de algum lugar. E ele morre de rir quando vê que ela continua na mesma posição. Um dia desses, ele disse à mamãe: "Para aí. Vou buscar um brinquedo e já volto. Não se mexe". Ela, obedientemente, ficou imóvel, apenas respirando lentamente (para não alterar muito a posição estática). Quando ele voltou, percebendo que a mamãe não poderia brincar se continuasse parada, ele logo ordenou: "Pronto, agora despara!"

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A DESPEDIDA


João foi passear com o papai e a mamãe na Fnac, da avenida Paulista. Depois de algum tempo na loja, fuçando coisas maravilhosas, a mamãe de João o levou ao banheiro (lugar que ele adora porque sempre tem sabonetes). Os dois entraram em uma das cabines e cada um fez seu devido xixi. Primeiro o João, depois a mamãe. Enquanto a mamãe estava "na vez", João começou a despejar o repertórios e por ques e o ques: "Mamãããããe, por que você não senta direito para fazer xixi?"; "Mamããããããe, por que o papel higiênico está nessa caixona?"; "Mamããããe, o que é isso onde você pendurou sua bolsa?"... e por aí vai. Depois de responder, pacientemente, a todas as indagações feitas enfaticamente e em elevados decibéis, a mamãe, já pronta, deu a descarga no vaso sanitário, já sabendo que havia pessoas do lado de fora, na área comum do toilete feminino. Nesse momento, em tom ainda mais empolgado e retumbante, acenando efusivamente, João berrou: "Tchaaaaaaaaaaaaau cocô"... e a mamãe teve vontade de esperar a Fnac fechar para depois sair dali.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

DOUTOR, EU?


João tem duas tias-avós que são completamente apaixonadas por ele e praticamente o transformaram na razão de viver delas. Elas não se cansam de comentar, entre si e com outras pessoas, as gracinhas e traquinagens do rapazinho. Certa vez, quando ele tinha por volta de 2 anos, elas dialogavam sobre como o João é carinhoso, dengoso, etc. Foi então que a tia Vivi falou: "Esse menino é muito charmoso". E a tia Cota tentou descrever melhor: "Ele é um sedutor. Sedutor é a palavra". E ele, logo protestou: "Eu não sou doutor não!"

O SITE


João é uma criança cujas antenas estão captando informações a todo momento e de todas as partes. E, claro, ele não pode ficar de fora de nada. Outro dia, quando estava brincando no tapete da sala da casa da vovó, as anteninhas captaram uma propaganda na televisão, em que a locutora passava o endereço do site de uma empresa. Rapidamente, ele anunciou: "Meu site é ponto ponto berra castro merlo" E, em seguida, enfatizou: "Tudo junto!"

terça-feira, 14 de julho de 2009

A CASA


Desde que morava na barriga de sua mamãe, João foi acostumado a ouvir só música boa. Naquela época, a mamãe colocava o fone de ouvido em volta da barriga e embalava seu pequeno com Tom Jobim, Quarteto em Cy, Chico Buarque, Rosa Passos e poraí vai. Quando ele nasceu, pôde ter mais contato ainda, agora do lado de fora, com esses sons todos. Quando ouviu pela primeira vez a belíssima "Chovendo na Roseira", numa curiosidade inusitada para uma criança de 2 anos de idade, ele perguntou: "Mamãe, de quem é essa música?" E a resposta foi: "É do Tom Jobim". Em outro dia, quando mamãe estava tentando relembrar canções, arranhando o violão, João pediu: "Mamãe, toca a música do Seu Jobim!" Sorrindo, ela disse: "A do Seu Jobim a mamãe não sabe tocar no violão. Pode ser a do Seu Vinícius?" ao que ele rapidamente consentiu: "Aham" Mas, com uma condição: "Tem que ser com o microfone" (ainda que desligado). Artistas não devem ser compreendidos, devem ser obedecidos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

DONA ARANHA



Quase toda semana João chega cantarolando uma nova canção que aprende na escola e causa tremendo alvoroço, principalmente entre a mãe, tias e avó, que ficam insistindo para que ele cante mais uma vez. Mas, o artista é temperamental e não costuma ceder com facilidade a esses apelos. Só há um argumento que o faz atender aos pedidos de "bis". É quando a mamãe lhe diz: "Vamos gravar?" Aí, ele não resiste!

MORRER PELA METADE


Em frente à varanda da casa da vovó do João há um enorme jardim, que é uma paisagem linda e inusitada em pleno centro de São Paulo. Por causa desse pedaço verde, a biodiversidade no apartamento é bem variada. Outro dia, enquanto brincava na sala, João deu de cara com uma taturana e logo deu o alerta: "Olha, vovó, um bicho!" Numa atitude mais protetora do que ecologicamente correta, a vovó de João deu uma chinelada certeira na cabeça da pobrezinha. Não contente com a eficiência da ação, João logo reclamou: "Vovó, você matou só a parte da frente, tem que matar a parte de trás tambem!"

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ENTRAR OU SAIR


Quando João está sozinho com sua mãe em casa, ela procura nunca deixá-lo a sós com sua criatividade, em cômodos isolados do apartamento, para evitar surpresas. Sendo assim, quando ela vai tomar banho, coloca o pequeno junto com ela no banheiro, e o distrai com algum brinquedo, para que ele não fique fora do alcance dos olhos dela. Outro dia, quando ela acabava de tomar banho, João, já impaciente, tentava empurrar a porta, dizendo: "Mamãe, eu quero entrar". Ela, sorrindo, perguntou: "Você está querendo dizer que quer sair?" E ele, certo de sua vontade, explicou: "Eu quero entrar lá fora!"

segunda-feira, 6 de julho de 2009

NÃO ESTRAGA...


João tem mania de andar de olhos fechados, igualzinho à mamãe dele quando era pequena. Ele sai andando e dando risada, parecendo curtir muito aquela sensação de imaginar o que será que ele pode encontrar pela frente. Pois, outro dia, voltando com a mamãe e o papai do supermercado, sentindo-se super seguro por estar de mãos dadas com o papai, ele aproveitou a ocasião e mergulhou em seu "blind game". Foi então que encontrou um cercado de ferro, desses que protegem as àrvores da calçada. Na verdade, a testa dele teve um encontro efusivo com a quina do cercado. Depois de todo o drama que lhe era de direito – afinal de contas foi o primeiro machucado com sangue de sua existência – ele passou a adquirir até um certo carinho por aquela marquinha na testa, que começou a considerar como uma espécie de prêmio. À noite, quando sua mamãe foi lhe dar banho, distraidamente passou a toalha pelo local do ferimento, ao que ele imediatamente protestou: "Cuidado, mamãe, você vai estragar o meu dodói!"

sábado, 4 de julho de 2009

ROTO FALANDO DO RASGADO




João estava na casa da vovó, como todos os dias, esperando a mamãe chegar do trabalho. Por volta das 18hs, enquanto esperava sua novelinha começar, a vovó brincava com o João na sala quando ele parou tudo para prestar atenção na voz estridente que vinha da tevê, de uma dessas indigestas propagandas políticas. A mulher falava muito alto e aceleradamente: "Você se lembra quando eu falava assim, na época em que estava com o Dr. Enéas?" Em seguida, mudando o ritmo da conversa, a moça baixou o volume da voz e, calmamente, disse: "Agora, eu mudei. Estou mais calma e pertenço ao partido fulano de tal..." Diante da cena patética, a vovó não se conteve e fez o comentário: "Mas, que gordinha mentirosa!" Ao que João, com desnecessária sinceridade, observou: "Vovó, você também é gorda!"... E, como se não bastasse, ainda fez questão de apontar a localização das áreas de exuberante adiposidade da mãe de sua mãe: "Você é gorda aqui, é gorda aqui, e aqui também!"

sexta-feira, 3 de julho de 2009

BRANCA DE NEVE





A história da Branca de Neve exerceu um tremendo impacto na vidinha de João. Foi lá que, pela primeira vez, ele viu a figura de uma bruxa... e se apaixonou. Pedia para a mamãe colocar no DVD, repetidas vezes, a cena da madrasta transformando-se em bruxa. Ele se encantava com a voz, o nariz enorme, os cabelos espalhados e, provavelmente, aquela personalidade mais marcante e interessante que a das princesas indefesas. João achava linda a feiura da bruxa. Vendo seu entusiasmo, a mamãe achou que seria uma boa ideia tentar encenar uma versão caseira da Branca de Neve, e propôs isso ao seu rebento prodígio. Ele adorou a novidade e, ao invés de rever o DVD, pedia, insistentemente:"Mamãe, vamos teatrar". Por falta de verba para contratar um grande elenco, o pequeno ator teve que duplicar-se no papel de príncipe e, claro, da bruxa. A mamãe foi a princesa, e a mana Yasmin, foi a cameragirl, afinal, tamanha bizarrice não poderia deixar de ser registrada.

MASCULINO E FEMININO


Logo que começou a articular as primeiras frases, por volta de 1 ano e meio de idade, João percebeu duas coisas sozinho: a primeira, foi que tanto gente grande como gente pequena tinham alguma coisa diferente que fazia com que fossem identificados como moça/moço, menino/menina, homem/mulher. Ele também percebeu que os adjetivos tinham sua forma de marcar essas diferenças, e que as palavras terminadas em "a" eram femininas e as em "o", masculinas. Nessa época, ele também se referia a si próprio na terceira pessoa (tipo o Pelé), então, era sempre: "O João quer tetê", por exemplo. Um dia, tentando enquadrar-se em um dos dois gêneros que ele, instintivamente, já havia identificado, falou para a mamãe: "O João é moço". Ao que ela ensinou: "Não, o João é criança". E ele, que desde muito cedo se já se preocupava em falar corretamente, corrigiu: "O João é crianço!"

CADA BABY COM SUA MANIA


Normalmente, é difícil dizer qual é o brinquedo preferido de uma criança. Eventualmente, eles elegem um, que fica sendo o favorito por alguns dias, até semanas. Mas logo se distraem com outros, e muito mais com os brinquedos dos amiguinhos, que sempre parecem ser mais interessantes. Isso tudo também acontece com João. Só que o que ele gosta mesmo, desde que tinha 1 ano de idade; a única coisa que ele pede para a mamãe comprar quando vai ao supermercado; o produto que ele adora ver em propagandas na tevê é o SABONETE. Ninguém sabe explicar porquê, nem quando isso começou, mas se alguém quiser fazê-lo sorrir, dê a ele um sabonete, não importa a marca, a cor, o tamanho, o formato. Cada vez que ele aumenta a coleção, fica feliz da vida!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

QUALQUER MANEIRA DE VOAR VALE A PENA


Era uma tarde quente de verão, daquelas em que o céu, bem azulzinho, abriga nuvens branquinhas, que gostam de finjir que são bichinhos. João estava de férias com sua mãe no interior de São Paulo e, depois de um delicioso sorvete na praça, foram buscar a vovó do João que havia ido fazer uma visita a uma amiga. Dentro do carro, enquanto esperavam a vovó, a mamãe de João, olhando aquelas nuvens com certo saudosismo, falou: "Filho, estou com uma vontade de voar de parapente!" Sentado em sua cadeirinha no banco de trás do automóvel, ele, muito solidário, suspirou: "Ah, eu também, tô com uma vontade de voar de vassoura!"

MAMÃE E A MÚSICA


Desde muito cedo, João percebeu que lápis e papel representavam bem mais que a simples possibilidade de rabiscar. Esses dois objetos mágicos podiam expressar o que ele via e sentia a respeito das coisas e das pessoas. Certa vez, logo após ter completado 2 anos de idade, num traço só João fechou um círculo, o que já deixou sua coruja mãe bastante impressionada. Maior foi o espanto dela quando viu que ele começava a colocar olhos, nariz e boca, formando uma figura que ele afirmava ser "a mamãe". Quando colocou pequenos círculos em volta da cabeça, ela logo perguntou: "isso são meus cabelos?", ao que ele, sem tirar os olhos do papel respondeu: "não, isso é a música". E, sem desviar a atenção de sua "obra", calmamente foi desenhando mais "música" na altura da garganta. Ele já havia percebido que é de lá que saem todos os sons que sua mãe cantarola depois de produzi-los na caixola.

ESTRELA DE BELÉM


O primeiro livro de João se chamava "Pinóquio". Era de plástico e ele adorava entrar com o livro no chuveiro. Quando fez 2 aninhos o papai lhe deu um livro de historinhas da Bíblia. Uma noite, antes de dormir, mamãe estava lhe contando sobre a Estrela de Belém. Ela disse que aquele pontinho brilhava no céu para avisar a todos que alguém muito importante havia nascido. Então, mamãe lhe perguntou:"Quem os pastores foram visitar em Belém?" A resposta veio vestida de ponto de interrogação: "Quem? Quem?" Ela, muito boazinha, deu a dica: "Je..." Aí, ficou fácil e João não teve dúvida: "Gepeto" !